Urnas brasileiras são falhas e permitem fraudes, diz especialista - Alegações Contraditórias x Verdade Relativa
Axiomas
[Axiomas, também chamado de postulados, são
proposições dadas e aceitas como verdadeiras sem a necessidade de haver
demonstração. Ou seja, os axiomas são informações e conclusões evidentes
dos conceitos primitivos.]
- (F1) Sistemas eletrônicos serem fraudáveis significa que existem vulnerabilidades que podem ser exploradas a ponto de causar dano (vazar dados sigilosos/privados ou alterar dados)
- (F2) Testes de vulnerabilidade detectam pontos de vulnerabilidade em sistemas eletrônicos
- (F3a) Ações para evitar os impactos da exploração de pontos de vulnerabilidade podem ser implantadas
- (F3b) Ações para mitigar os impactos da exploração de pontos de
vulnerabilidade podem ser implantadas
- (F4) Sistemas eletrônicos serem fraudados significa que as vulnerabilidades foram exploradas e danos foram registrados (vazar dados sigilosos/privados ou alterar dados)
- (F5) Auditorias detectam exploração de pontos de vulnerabilidade em sistemas eletrônicos
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https://www.camara.leg.br/noticias/124601-urnas-brasileiras-sao-falhas-e-permitem-fraudes-diz-especialista/
Urnas brasileiras são falhas e permitem fraudes, diz especialista
04/12/2008 - 15:02
Fonte: Agência Câmara de Notícias
A
credibilidade das urnas eletrônicas adotadas no sistema eleitoral
brasileiro foi questionada pelo professor do Instituto de Computação da
Universidade de Campinas (Unicamp) Jorge Stolfi em audiência pública
sobre o assunto realizada, nesta quinta-feira, pela Comissão de
Constituição e Justiça e de Cidadania.
Segundo ele, é consenso
entre os especialistas da área que o sistema é falho e permite fraudes
que não são detectadas, por causa da natureza do sistema. Para aumentar a
segurança do resultado eleitoral apurado, o professor sugeriu a adoção
do voto impresso de maneira complementar.
Na avaliação do
especialista da Unicamp, o sistema totalmente digital é "inaceitável",
porque apresenta "riscos inerentes que são muito sérios e
incontornáveis. Riscos de fraudes feitas por pessoas internas ao
sistema, que não podem ser detectadas antes, durante ou depois da
eleição".
TSE contesta
O secretário de Tecnologia da
Informação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Giuseppe Dutra, também
participou da audiência e afirmou que desde a implementação do sistema
de votação eletrônica, há 12 anos, nunca foi confirmada a ocorrência de
fraude deliberada no processo.
"Há críticas, normalmente feita
pelos perdedores, que tentam encontrar uma justificativa para a derrota.
Mas podemos afirmar categoricamente que a fraude no sistema eleitoral é
inviável por causa da quantidade de dispositivos de segurança
existentes e do universo de pessoas que precisariam ser cooptadas para
fraudar um resultado eleitoral", afirmou.
Voto impresso
Segundo
Dutra, a adoção do voto impresso não é recomendável porque reintroduz a
manipulação humana dos votos no processo, aumentando os riscos de
fraude. Além disso, o secretário destacou que as impressoras têm mais
risco que a urna eletrônica de estragarem ao longo do caminho percorrido
até os locais de votação, aumentando a possibilidade de falhas no
sistema.
"A urna eletrônica, quando sai da fábrica, viaja
milhares de quilômetros, chegando às vezes a uma aldeia indígena,
sofrendo influências de temperatura, umidade, poeira, solavancos",
acrescenta o representante do TSE. "Se uma impressora, que é mais
suscetível a esses impactos, passasse por isso, o nível de falha
aumentaria muito e fragilizaria o elemento de auditoria".
Rodrigo Bittar
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Exercício com base no artigo comentado em https://versant-pesquisadedoutorado.blogspot.com/2022/12/modeling-and-contextualizing-claims.html
Fonte: Agência Câmara de Notícias
Título: Urnas brasileiras são falhas e permitem fraudes, diz especialista
Evento X
Tipo: Audiência pública
Tema: Credibilidade das urnas eletrônicas
Data: Dezembro/2008
Organizado por: Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania
Alegações & Justificativas
[According to the Oxford English Dictionary, a claim is a statement or assertion that something is the case, typically without providing evidence or proof.]Jorge Stolfi
professor do Instituto de Computação da Universidade de Campinas (Unicamp)
(A1): É consenso entre os especialistas da área que o sistema [das urnas] é falho
(J1): NÃO HÁ (... Não mencionou um relatório técnico ou artigo científico de vários autores)
(A2): É consenso entre os especialistas da área que o sistema [das urnas] permite fraudes que não são detectadas
(J2a): NÃO HÁ (... Não mencionou um relatório técnico ou artigo científico de vários autores da área)
(A3): Adoção do voto impresso de maneira complementar.
(J3a): Para aumentar a segurança do resultado eleitoral apurado
(A4): O sistema totalmente digital é "inaceitável"
(J4a): Apresenta "riscos inerentes que são muito
sérios e incontornáveis. Riscos de fraudes feitas por pessoas internas
ao sistema, que não podem ser detectadas antes, durante ou depois da
eleição".
(J4b): A1 e A2
Jorge
Stolfi alega que as vulnerabilidades existentes não permitem detectar
se foram exploradas posteriormente mas não explica quais são e nem pq
não são auditáveis
Jorge Stolfi alega que o voto impresso
complementar aumentaria a segurança mas não explica como evitaria fraudes, não explica
quais vulnerabilidades a ação estaria evitando ou diminuindo o impacto
Jorge
Stolfi alega que o sistema ser totalmente digital é inaceitável mas não confia nas pessoas do TSE que interagem com o sistema
Jorge
Stolfi recorre a Viés de Autoridade ao falar de consenso entre especialistas
- (A2) é sobre (F1)
- (A3) é sobre (F3a) e (F3b)
- (A4) é sobre negar (F5)
Giuseppe Dutra
secretário de Tecnologia da Informação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE)
(A5): Desde a implementação do sistema de votação eletrônica, há 12 anos,
nunca foi confirmada a ocorrência de fraude deliberada no processo
(J5a): NÃO HÁ (... Não mencionou uma lista dos processos de apuração de denúncias)
(A6): Há críticas, normalmente feita pelos perdedores, que tentam encontrar uma justificativa para a derrota.
(J6a): NÃO HÁ (... Não mencionou uma lista dos processos de apuração de denúncias)
(A7): A fraude no sistema eleitoral é inviável
(J7a): Quantidade de dispositivos de segurança existentes
(J7b): Universo de pessoas que precisariam ser cooptadas para fraudar um resultado eleitoral
(A8): A adoção do voto impresso não é recomendável
(J8a): Reintroduz a manipulação humana dos votos no processo, aumentando os riscos de fraude.
(J8b): As impressoras têm mais risco que a urna
eletrônica de estragarem ao longo do caminho percorrido até os locais de
votação, aumentando a possibilidade de falhas no sistema.
Giuseppe
Dutra alega que a fraude é inviável em função da quantidade de
dispositivos e pessoas mas não elenca quais vulnerabilidades são
endereçadas por cada item
Giuseppe Dutra alega que o voto impresso
aumentaria o risco de fraude em função da manipulação humana por pessoas de fora do TSE mas ao
mesmo tempo considera que a quantidade de pessoas de dentro do TSE envolvidas no processo
torna a fraude inviável (contradição)
Giuseppe
Dutra acredita que o sistema é inviolável (Crença) e por isso não é receptivo as denúncias de fraude ou sugestões de melhorias
Giuseppe
Dutra usa de sarcasmo (ad hominem) ao alegar que os perdedores alegam fraude somente para justificar a derrota
- (A5) é sobre (F4)
- (A7) é sobre (F3a) e (F3b)
- (A8) é sobre (F3a) e (F3b)
Oba, gostei do exercício!!
ResponderExcluirAlguns comentários rapidos, depois comentamos na reunião os detalhes:
Definição de postulados ou axiomas: essa parte após "ou seja" nao gostei muito.
Sobre os axiomas F1 a F5:
F1 - Nao entendi o "recuperar" como dano;
F3 - evitar e mitigar deveriam ser separados, acho. Mas o "considerando os riscos" no final nao parece ok, axioma deve ser sempre algo imperativo, forte, sem deixar margem de dúvida
F4 - foram exploradas e danos foram registrados.
Comentário geral de resto: achei BOM o exemplo e os destaques dados, as alegações organizadas, mas fiquei um pouco perdido nos claims e contradições.
Mas a ideia é essa mesmo: algo mais matemático/lógico para usarmos em discussÕes com mais fundamentação, separando "fatos" de "opiniões" - que seguirão existindo, mas em processo legais não vale a máxima que "opinião não se discute" !!
O "recuperar" seria no sentido de recuperar dados/informações sigilosas/privadas. No caso de votação, poderia ser a violação do sigilo do voto, caso seja possível identificar em quem uma pessoa votou. Vou reescrever para deixar mais específico.
ExcluirFaz sentido separar a F3. A questão dos riscos é que as ações podem ou não ser executadas. Se uma vulnerabilidade tem impacto baixo e probabilidade baixo, o risco é baixo então pode não justificar o custo e/ou esforço de implementar.
ExcluirVou ajustar a F4. A intenção aqui era deixar claro que só configura fraude se a exploração da vulnerabilidade causou dano. Podem haver situações onde a vulnerabilidade é explorada mas ainda assim o dado não foi alterado e nenhum dado sigiloso foi vazado.
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